Este cartaz deveria estar presente em muitos cafés.
Sou bastante adepta das novas tecnologias, aproxima muito mais as pessoas.
Mas tanto aproxima como afasta. Aproxima aqueles que estão longe que precisam do calor e do aconchego de quem cá está. E vice-versa.
Afasta, e muito, os que estão cá, mesmo ao pé de nós. Parece ironia mas não. Estamos perto mas a simples presença física não nos aquece o coração e alma por si só. Precisamos de palavras, precisamos de conforto, precisamos de ser ouvidos, precisamos de carinho.
Um dia destes eu e uma amiga minha marcamos um cafezinho para pôr a conversa em dia. Era muito cedo e estava muito frio por isso não estava ninguém no café. Entrou um Senhor e uma menina, pai e filha, e sentaram-se na mesa mesmo ao nosso lado. O pai tira o telemóvel do bolso e durante uma hora que lá estiveram, esteve sempre a fazer qualquer coisa no telemóvel, a navegar na internet ou no facebook. A menina tomou o pequeno alomoço em silêncio e em silêncio continuou durante essa hora. A menina não tinha telemóvel, entreteve-se a olhar a paisagem o tempo todo e a mexer na carteira dela. O silêncio foi quebrado pelo pai quando lhe estendeu uma nota e a mandou pagar. E saíram os dois em silêncio.
Precisamos moderar o nosso tempo com as redes sociais, precisamos de dar atenção a quem está mesmo ao nosso lado. Este silêncio pode ser muito perturbador e quando percebemos isso já pode ser tarde de mais.
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